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Czarismo na Rússia

Czarismo na Rússia

No desenvolvimento das ideias da Terceira Roma, o grão-duque Ivã IV (conhecido como o "Terrível") foi oficialmente coroado o primeiro czar ("césar") da Rússia em 1547. O czar promulgou um novo código de leis (o Sudebnik de 1550), estabeleceu o primeiro órgão representativo feudal russo (o Zemski Sobor) e introduziu a auto-gestão local nas regiões rurais.

Durante o seu longo reinado, Ivã, o Terrível, quase dobrou o já extenso território russo anexando os três canatos tártaros (partes da desintegrada Horda Dourada): Cazã e Astracã ao longo do rio Volga, e o Canato da Sibéria, no sul da Sibéria. Assim, até o final do século XVI a Rússia foi transformada em um Estado multiétnico, multiconfessional e transcontinental.

No entanto, o czarismo foi enfraquecido pela longa e mal sucedida Guerra da Livônia contra uma coalizão entre Polônia, Lituânia e Suécia pelo acesso ao mar Báltico e ao comércio marítimo. Ao mesmo tempo, os tártaros do Canato da Crimeia, o único sucessor remanescente da Horda de Ouro, continuou a atacar o sul da Rússia. No esforço para restaurar os canatos do Volga, os crimeanos e seus aliados otomanos invadiram a região central da Rússia e chegaram a queimar partes de Moscou em 1571. No ano seguinte, no entanto, o grande exército invasor foi completamente derrotado pelos russos na Batalha de Molodi, eliminando para sempre a ameaça da expansão otomana da Crimeia para o território russo. Os ataques de crimeanos, no entanto, não cessaram até o final do século XVII, embora a construção de novas linhas fortificadas em todo sul russo diminuíam constantemente a área acessível às incursões.

A morte dos filhos de Ivã marcou o fim da antiga dinastia ruríquida em 1598, e em combinação com a fome de 1601-1603, levou a nação à guerra civil, governos instáveis e intervenção estrangeira durante o chamado "Tempo de Dificuldades" no início século XVII. A Comunidade Polaco-Lituana ocupou partes da Rússia, incluindo Moscou. Em 1612, os poloneses foram forçados a recuar pelo corpo de voluntários da Rússia, liderado por dois heróis nacionais, o comerciante Kuzma Minin e o príncipe Dmitri Pojarski. A Dinastia Romanov chegou ao poder em 1613 por decisão do Zemsky Sobor (o parlamento feudal) e o país começou a sua gradual recuperação da crise.

A Rússia continuou o seu crescimento territorial ao longo do século XVII, que ficou conhecido como a era de cossacos. Os cossacos eram guerreiros organizados em comunidades militares, assemelhando-se a piratas e pioneiros do Novo Mundo. Em 1648, camponeses da Ucrânia juntaram-se aos cossacos da Zaporójia em rebelião contra a Comunidade Polaco-Lituana, durante a Revolta de Khmelnitski, por causa da opressão social e religiosa que sofriam sob o domínio polonês. Em 1654, o líder ucraniano Bohdan Khmelnytsky propôs colocar a Ucrânia sob a proteção do czar russo Aleixo I. A aceitação desta oferta por Aleixo levou a outra guerra russo-polonesa entre 1654 e 1667. Finalmente, a Ucrânia foi dividida ao longo do rio Dnieper, deixando a parte ocidental sob o domínio polonês e a parte oriental (o que incluía Quieve) sob o domínio russo. Mais tarde, entre 1670 e 1671, os cossacos do Don, liderados por Stenka Razin, iniciaram uma grande revolta na região do Volga, mas as tropas do czar foram bem sucedidas em derrotar os rebeldes.

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